terça-feira, 30 de setembro de 2008

2008 de tênis, mas em 2014 é de chuteira


Calcem seus tênis, e peguem a bola um pouco menor, quicando menos. São cinco para cada lado. Começa hoje, mais precisamente daqui a poucos instantes, organizada pela FIFA, a sexta edição da Copa do Mundo de Futsal, disputada simultaneamente no Rio de Janeiro, Maracanãzinho, e na capital federal, no novíssimo ginásio Nilson Nélson. Pela primeira vez o torneio com um total de vinte equipes participantes, quatro a mais em relação ao último mundial disputado em Taipei no ano de 2004 - o segundo consecutivo vencido pelos espanhóis, uma das principais ameaças ao nosso título, juntamente com a Rússia.
Assim como na última edição do mundial de campo, uma das tônicas desse torneio é a grande quantidade de atletas naturalizados, o que gerou números surpreendentes: há mais brasileiros tentando tirar o título de nossa seleção do que a defendendo; a Itália contribui bastante para esse dado, visto que não há sequer um italiano nos 14 convocados - todos são brasileiros, assim como três jogadores da Espanha, dois da Rússia e um dos Estados Unidos, além dos técnicos de China e Japão. Mundo globalizado!
Mas falando dos 14 que realmente interessam, vejo uma pressão muito grande sobre craques como Falcão e sobre o grupo, mas não há melhor hora para crescer sob pressão do que em uma Copa do Mundo disputada em casa. A torcida será exigente, como é do feitio da torcida brasileira, mas também apoiará incondicionalmente com a paixão que lhe é peculiar se o time corresponder apresentando um bom futebol. A Espanha vem para buscar o tri consecutivo, e muitas farpas são trocadas em decorrência da eficiência contra a mágica (já vi esse filme antes). Nem precisa falar de qual delas eu sou a favor, afinal eu e o Falcão somos brasileiros, e nesse mundial espero que ele prove que mágica pode ser muito superior quando comparada à eficiência por si só!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Voe como uma borboleta, mas pique como uma abelha


Últimas chamadas para a Masters Cup em Xangai. Quem quiser se tornar um guerreiro de Terracota, terá poucos torneios para conseguir a vaga. Restam apenas os Masters Series de Madrid e Paris, e quatro vagas em disputa: o triunvirato e Murray já garantiram vaga.
Com o título recém conquistado em Pequim, Roddick, novo sexto colocado na Corrida, está muito próximo de garantir a vaga, assim como Davydenko. Já as outras duas vagas possuem dez candidatos, desde o agora sétimo David Ferrer até o russo Igor Andreev, décimo sexto, passando por nomes como James Blake e Juan Martin del Potro. Outro destaque entre os que almejam uma vaga em Xangai, é Jo-Wilfried Tsonga "Ali". O jovem tenista, que dominava o circuito de juniores quando passou a enfrentar lesões consecutivas, voltou muito bem em sua primeira temporada completa no circuito profissional, e se vingou de Djokovic na final do torneio de Bangcoc - o sérvio derrotou Tsonga na final do Australian Open. O francês agora mostra muita confiança em seu jogo sólido, e após o seu primeiro título disse empolgado que pretende se tornar imbatível. Um pouco exagerado, mas com alguma verdade, afinal, confiança é fundamental no tênis, sem esquecer que quando falamos de Roger e Rafa confiança apenas não basta.
No feminino, mesmo errando como se costume, Jankovic faturou o título de Pequim e se aproximou da líder do ranking Serena. Acompanhando as idéias do mentor Paulo Cleto, não estou entusiasmado com a possibilidade de Jelena assumir a ponta do ranking: ela nunca ganhou um GS, e chegar ao topo do mundo sem um título grande sequer não é lá muito justo.
No cenário nacional, apesar da acachapante derrota para a Croácia na Davis - cuja final será disputada no carpete arrgentino, evitando o confronto contra Nadal no saibro - Fernando Meligeni se anima ao cosntatar dois tenistas no top 100 do ranking de entradas: Marcos Daniel (61) e Thomaz Bellucci (81). Pra mim sem muito significado. Saudades do gênio! Volta Guga!

Seca pimenteira


Mais pé-frio que o Milton Neves! É assim que eu me sinto no momento. Nem sequer vou comentar a excelente rodada do melhor Brasileirão da era dos pontos corridos, com cinco equipes disputando o título e com o Palmeiras pela primeira vez na liderança (vamos falar deles né, já que eu ando secando tudo). Também não vou opinar sobre a Copa do Mundo que começa amanha, já que os bicampeões espanhóis (to na "torcida" por eles) sempre ameaçam a trupe de Falcão e eu não quero mais essa responsabilidade.
Agora, pior que o ano de Roger Federer no tênis, foi apenas quando realmente comecei a acreditar no título de Felipe Massa na Fórmula 1; sua equipe falha pela sexta vez na temporada e compromete a corrida e a classificação do brasileiro no campeonato. Enquanto o vice-líder, agora sete pontos de Hamilton, deu um show de pilotagem no fim de semana, com direito a pole, a Ferrari fez o mais difícil: viu falhar o pirulito eletrônico e a mangueira de combustível ficar presa ao carro. O resultado da lambança foi a perda da liderança no mundial de construtores e o décimo terceiro lugar na corrida, vencida com maestria pela técnica inesgotável do marrento Fernando Alonso, passeando pelo esplendor da iluminação de Cingapura em sua carruagem francesa. Triste, mas não pode ser apenas o acaso. Ele não se repete tantas vezes a não ser que esteja acompanhado pela incompetência.
Ainda é possível, para o Massa e para o seu tricolor... mas é melhor eu não mencionar isso, já que eu sou pé-frio! Credo!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

The dark side


Pra todos aqueles que acham que a Fórmula Indy é a fórmula da emoção, só um aperitivo da corrida histórica de domingo!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Enquanto isso, no Velho Mundo


Depois de muita especulação, de muito falatório e de muito vai-e-vem, finalmente teremos futebol no Velho Continente. Desde a abertura das negociações, o mercado europeu mostrou-se extremamente aquecido, com transações em cifras extraordinárias e com direito a bilionários excêntricos adquirindo equipes. Mais uma vez o futebol brasileiro sentiu a debandada de jogadores para o futebol mais rico do planeta, desfalcando as principais equipes do nosso futebol e piorando um pouco mais o nível das partidas do Brasileirão.
Voltando às quatro linhas, hoje tem início a principal competição internacional interclubes, a UEFA Champions League. Contando com as maiores e mais ricas equipes do Mundo, a Champions é a competição de mata-mata mais difícil da atualidade - mesmo sendo sempre complicado jogar fora de casa na Libertadores, o nível dos elencos das equipes europeias é muito mais elevado. Vide a seleção brasileira, com suas principais estrelas jogando na Premier League, na Série A ou na Primeira Liga e prometendo show em embates que prometem ser emocionantes. Muitos craques, muitos jogaços e muitos gols, assim esperamos.

Grupo A: Chelsea, Roma, Bordeaux e Cluj
Uma barbada. Tirando os dois duelos brasucas entre Felipão e a legião brasileira na Roma, não devemos ter surpresas aqui. Muita superioridade quando falamos de Inglaterra e Itália em comparação com França e Dinamarca. Isso sem contar que essa temporada é Felipão na cabeça. Favorito!
Grupo B: Inter, Werder Bremen, Panathinaikos e Anorthosis (Chipre?)
Mourinho e suas contratações prometem acabar com a fama de time pipoqueiro e levar a Inter ao título continental, além de buscar o tetra no nacional. A outra vaga deve ser dos alemães, mas os gregos correm por fora com Gilberto Silva e Souza.
Grupo C: Barcelona, Sporting, Basel e Shakthar Donetsk
O renovado Barcelona arma seu esquadrão em torno de Messi, que vive uma fase ímpar, e conta com a lenda Henry. Contratou bem, e vai se classificar com tranquilidade. Sporting e Shakthar estão no mesmo nível, e a briga pelo segundo lugar vai esquentar.
Grupo D: Liverpool, PSV, Olympique de Marselha e Atlético de Madrid
Os ingleses são sempre copeiros, independente do elenco, e a vaga virá, talvez até o título, nunca se sabe. Os espanhóis retornam à competição depois de um longo jejum, e tem um bom elenco que pode classificá-los para os oitavas. O PSV corre por fora, mas também tem boas chances ganhando pontos em casa.
Grupo E: Manchester United, Villareal, Celtic e Aalborg
Red Devils garantidos, com Berbatov prometendo muitos gols ao lado de Anderson. Jogar no Celtic Park e no El Madrigal é sempre difícil, mas Marcos Senna garantiu que os submarinos amarelos avancem.
Grupo F:Lyon, Bayer de Munique, Steua Bucareste e Fiorentina
O Bayer conseguiu reconquistar a Alemanha com seu supertime, e volta a Champions para mostrar sua força. O Lyon sempre esbarra nos grandes, mas terá de tomar cuidado com o bom time da Fiorentina. Segundo lugar em jogo. Grupo G: Arsenal, Porto, Fenerbahçe e Dínamo de Kiev
Na minha opinião o grupo da morte. Arsenal como favorito, e os outros três times em iguais condições de brigar pela vaga. Alinhando-se com a tônica do torneio, será muito dificíl somar pontos fora de casa. Grupo H: Real Madrid, Juventus, Zenit e BATE Borisov
Nunca se sabe se os russos irão surpreender, pois eles apresentam um futebol muito interessante. Mas se tudo correr normalmente, os poderosos Real e Juventus avançam.

domingo, 14 de setembro de 2008

Agora assim o destaque


Se sob o dilúvio no treino classificatório eu tinha prestado mais atenção no mau desempenho das grandes do que na pole de Sebastian Vettel com sua STR, nesse domingo ele provou que eu estava enganado ao se tornar o mais jovem vencedor de uma corrida de F1. Dominando de ponta a ponta e sendo muito bem aconselhado pelo saudoso Gerhard Berger, vencedor em Monza há exatos 20 anos, a revelação alemã mostrou muito potencial com apenas 21 anos.
A chuva prosseguiu no domingo, e a largada foi realizada com safety car na pista até a segunda volta. Alonso mostrou seu talento no piso molhado e conduziu muito bem seu péssimo carro ao quarto lugar, com Kubica em terceiro depois de uma reação fantástica e Kovalainen em segundo, salvando a imagem das equipes grandes no fim de semana. Mas sem dúvida o show da corrida ficou por conta de Lewis Hamilton, que saiu da décima quinta posição para o sétimo lugar, uma posição atrás do apagado Felipe Massa. Com o resultado o britânico manteve a liderança no mundial de pilotos, entretanto a vantagem agora caiu para apenas um ponto. 28 de Setembro teremos novo encontro, no circuito de rua de Cingapura à noite. Vistam seus smokings, porque pelo visto teremos uma noite de gala com Massa liderando.

Hernanes craque


O tricolor fez as pazes com a vitória no Morumbi reafirmando a freguesia dos rubro-negros em campeonatos brasileiros - são 14 vitórias do São Paulo contra 9 do Fla - e ganhou uma posição na tabela além de diminuir a diferença para o líder Grêmio para "apenas" sete pontos. O jogo foi bem aberto, muito dinâmico e com chances para ambos os lados, mas o time da casa dominou a maior parte do tempo com as boas atuações de Zé Luís pela ala direita, nas costas de Juan, e de Dagoberto balançando as redes. Mas não tenho muitas esperanças no título... eu ainda acredito, mas a vaga para a Libertadores será do meu contento.
Mas não quero falar da tabela, nem do título, nem da campanha do tricolor; quero falar da atuação de Anderson Hernanes de Carvalho Andrade Lima, o craque do tricolor na temporada. O coringa é a peça chave no meio-campo do time, e reúne qualidades que poucos jogadores na posição possuem: uma chegada muito boa na frente, bons dribles e chutes fortes, com as duas pernas, além de um vigor físico fantástico. Como gostam muitos jornalistas, o jogador moderno. O Brasil está mais uma vez com uma geração de jogadores com um potencial extraordinário; o que dizer do time olímpico afundado pelo brincalhão Dunga que contava no elenco com as jovens revelações/promessas/realidades Pato, Lucas, Anderson, Breno, Hernanes (grande contribuição do tricolor, resultado do bom trabalho em Cotia). Temos de tomar cuidado, pois o início dessa geração está sendo desperdiçado pela falta de comando sério, desde o banco de reservas até a cadeira da presidência da entidade. Abre o olho Brasil!

sábado, 13 de setembro de 2008

Salvando o ano


2008 não se mostrou um bom ano para o torcedor Guilherme: o tricolor não está nada bem no brasileiro depois de decepcionar na Libertadores; os Jogos Olímpicos, mesmo com todo o sucesso da organização e com tantos recordes quebrados foi um desastre para a delegação verde e amarela (do Brasil, porque o verde e amarelo jamaicano brilhou e correu como nunca); a lenda Roger Federer esteve muito abaixo do seu potencial no decorrer da temporada e mesmo com o massacre sobre Murray na final do US Open e com o recorde de Sampras se aproximando (só falta 1 GS) a diferença para o espanhol no ranking de entradas só aumenta.
Para coroar esse ano de tragédias, no GP da Hungria Felipe Massa liderava quando seu motor explodiu a três voltas do fim: seria mais um desastre? Até o momento não, porque pelo menos em alguma modalidade a sorte tem que sorrir para os meus preferidos, e ela vem abrindo um largo sorriso para o brasileiro em seu bólido vermelho: na corrida mais emocionante do ano, sob chuva nas cinco voltas finais, Massa era terceiro e simplesmente conduzia seu brinquedo no sabão de Spa-Francorchamps (no circuito mais bonito da temporada depois das mudanças em Hockenheim) quando a batalha pela liderança entre Raikkonen - que acabou batendo e estragando um fim de semana impecável até então - e Hamilton terminou com uma punição de 25 segundos ao afoito piloto britânico, que viu sua vitória ir por água por abaixo assim como sua vantagem no mundial de pilotos , que agora é de apenas 2 pontos.
E parece que a maré de sorte do brasileiro não parou por aí: saindo da Eau Rouge para a Parabólica, na casa da Scuderia Ferrari, um treino de classificação disputado sob um enorme dilúvio premiou a boa semana do talentoso Sebastian Vettel, primeira pole na curta carreira de 22 corridas com apenas 21 anos. Contudo, o destaque do sábado em Monza não foi a jovem revelação alemã, nem tampouco a presença de Schummy no pit lane, mas a dificuldade das equipes de ponta em acertar os carros para o temporal: Raikkonen em 14º e Hamilton em 15º nem sequer disputaram a última parte do treino, enquanto Massa fez um excelente 6º tempo, uma terceira fila sensacional dadas as circunstâncias. Tudo indica que amanhã a chuva não dará trégua, o que é prenúncio de outra grande corrida, apesar das altas velocidades do circuito italiano serem melhor exploradas com pista seca.
Com ou sem chuva, esta é a grande chance de Massa, que terá o apoio dos fanáticos tifozzi e a vantagem de ver seu principal adversário largando na oitava fila. Tem que ser agora, FORZA FERRARI, vamos pro título!!!

Adendo: fantástico o desempenho brasileiro nas Paraolimpíadas: as 31 medalhas conquistadas até aqui, sendo 12 de ouro, demosntram que existe incentivo para o esporte no Brasil, ainda que de maneira um tanto precária. Pena que esse reflexo só apareceu agora, com nossos deficientes dando um exemplo de superação. Poderia ter sido assim na Olímpiada, mas, paciência. Em Londres tem mais, ou talvez menos...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Unânime, mas sem unanimidade


Não é o mais querido, tampouco o preferido pela maioria do público que acompanha e nem de longe o mais tradicional, mas sem dúvida alguma o charme das sessões noturnas no Arthur Ashe Stadium - o maior estádio de tênis do mundo, megalomania norte-americana - e a polpuda premiação fazem do U.S. Open o maior Grand Slam da atualidade. Um show de organização, de transmissão e de lucros.
Bastidores e preferências à parte, dentro de quadra acompanhamos ótimas partidas, com revelações na chave masculina e as "mesmas zebras de sempre" no feminino. As senhoritas que lideram o ranking da WTA dão um show de inconsistência e de erros infantis: duplas falta em abundância, muitos problemas físicos e as favoritas sempre tropeçando pelo caminho. Na quadra dura não deu para Aninha esse ano, e Sharapova sequer apareceu, com seu ombro ainda lesionado - faltou beleza esse ano. Jankovic e suas pernas avançam aos trancos e barrancos com suas lesões, e Dementieva e Safina confirmam que atravessam boa fase no ano. Mas a partida mais esperada é o duelo das irmãs Williams válido pelas quartas: o estádio estará lotado para ver a batalha de pancadarias e saques. Digno da Broadway.
Se na chave feminina a torcida americana vibra com a peleja familiar, na masculina os prognósticos não são animadores: mesmo com Del Potro em ótima forma, vindo de quatro títulos consecutivos, e com Cilic dando trabalho, ainda não há tenistas capazes de ameaçar o triunvirato.
Roddick enfrenta Djokovic, com seu tênis que não encanta mas é muito sólido e dá resultado nos tempos modernos, enquanto o outro tenista da casa Mardy Fish tem Nadal pela frente. Poucas chances para ambos, enquanto Federer parece ter um caminho tranquilo até a semi: mesmo sem confiança e em má fase, o suíço é sempre Roger, sempre uma ameaça, mas pela primeira vez ele saberá como é encarar Novak em uma semi-final e como é ver Nadal como o homem a ser batido. Murray vem crescendo e tentando consolidar seu tênis, mas ainda é uma promessa.
Flushing Meadows não coroa qualquer um, e esse ano não vai ser diferente, pra ganhar vai ter que jogar, afinal ser o rei de NY é um bom prêmio.