quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Unânime, mas sem unanimidade


Não é o mais querido, tampouco o preferido pela maioria do público que acompanha e nem de longe o mais tradicional, mas sem dúvida alguma o charme das sessões noturnas no Arthur Ashe Stadium - o maior estádio de tênis do mundo, megalomania norte-americana - e a polpuda premiação fazem do U.S. Open o maior Grand Slam da atualidade. Um show de organização, de transmissão e de lucros.
Bastidores e preferências à parte, dentro de quadra acompanhamos ótimas partidas, com revelações na chave masculina e as "mesmas zebras de sempre" no feminino. As senhoritas que lideram o ranking da WTA dão um show de inconsistência e de erros infantis: duplas falta em abundância, muitos problemas físicos e as favoritas sempre tropeçando pelo caminho. Na quadra dura não deu para Aninha esse ano, e Sharapova sequer apareceu, com seu ombro ainda lesionado - faltou beleza esse ano. Jankovic e suas pernas avançam aos trancos e barrancos com suas lesões, e Dementieva e Safina confirmam que atravessam boa fase no ano. Mas a partida mais esperada é o duelo das irmãs Williams válido pelas quartas: o estádio estará lotado para ver a batalha de pancadarias e saques. Digno da Broadway.
Se na chave feminina a torcida americana vibra com a peleja familiar, na masculina os prognósticos não são animadores: mesmo com Del Potro em ótima forma, vindo de quatro títulos consecutivos, e com Cilic dando trabalho, ainda não há tenistas capazes de ameaçar o triunvirato.
Roddick enfrenta Djokovic, com seu tênis que não encanta mas é muito sólido e dá resultado nos tempos modernos, enquanto o outro tenista da casa Mardy Fish tem Nadal pela frente. Poucas chances para ambos, enquanto Federer parece ter um caminho tranquilo até a semi: mesmo sem confiança e em má fase, o suíço é sempre Roger, sempre uma ameaça, mas pela primeira vez ele saberá como é encarar Novak em uma semi-final e como é ver Nadal como o homem a ser batido. Murray vem crescendo e tentando consolidar seu tênis, mas ainda é uma promessa.
Flushing Meadows não coroa qualquer um, e esse ano não vai ser diferente, pra ganhar vai ter que jogar, afinal ser o rei de NY é um bom prêmio.

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