segunda-feira, 29 de junho de 2009

Congratulations

Como meu mais assíduo leitor, preciso me parabenizar... Acertei em cheio todos os jogos das quartas-de-final de Wimbledon. Agora resta torcer para as previsões continuarem se concretizando até o momento da decisão domingo. Nem preciso falar quem vai estar segurando a taça.

Se ela chora, eu choro


Coitadinha da princesa do tênis... a sérvia abandonou a partida contra Venus Williams ainda no início do segundo set sentindo fortes dores na coxa esquerda. Quisera eu estar lá para uma massagem... o que não iria ajudar muito, porque a delicadeza de Ivanovic foi destruída pela força de Venus no primeiro set - parcial de 6/1 para a americana.
Comentário apaixonado, mas analisando friamente o esporte, concluo que não há outro caminho para o tênis a não ser adorar a Aninha. Vamos aos fatos:
1) A beleza vem sim em primeiro lugar. Linda é pouco para classificar a musa. E nem Sharapova (versão feminina do Guga, que exigiu tudo de seu corpo para ser número 1, e não sustentou a posição por uma série de lesões que acabaram encerrando sua carreira), nem Gisela Dulko, nem Hantuchova, nem ninguém se compara. Simplesmente até hoje na história do tênis ainda não estreou no circuito profissional beleza como daqueles cabelos pretos e olhos claros.... é de suspirar!
2) Apenas beleza não leva atleta a lugar nenhum. Ana Ivanovic já foi número 1 do mundo e tem um jogo consistente. (OBS: o topo do ranking feminino não é tão inalcansável nem representativo quanto no masculino, mas liderar qualquer ranking de atletas profissionais não é uma missão fácil, mesmo em períodos que não demonstram o mais alto nível de jogo.)
3) Como eu sempre digo, a força vem se sobressaindo à técnica na maioria dos esportes, e no tênis - inclusive no feminino - essa tendência não é diferente. Não há mais charme, e sim músculos dignos de um zagueiro dos bons por baixo dos vestidos. Somos obrigados a engolir a superioridade física absurda das irmãs Williams, distribuindo suas pancadas, e a força das jogadoras do Leste europeu, incluídas nesse grupo as russas grandalhonas, como Dementieva e Safina - a última, atual líder do ranking de entradas, ainda lutando para diminuir seu assombroso número de duplas faltas nas partidas para conseguir colocar a bola em jogo e atropelar as fraquinhas com sua força avassaladora.
Analisando essas três colocações, não resta dúvida: choremos junto com Aninha, jóia rara, espécie em extinção nesse mundo de brutamontes fêmeas. Viva a delicadeza feminina! Viva as princesinhas!

domingo, 28 de junho de 2009

Resumo da primeira semana - 21 a 28/06/2009


Transcorrida a primeira semana, poderíamos chamar Wimbledon de um Grand Slam como outro qualquer, com ocorrências típicas de um grande torneio: algumas zebras, e favoritos apenas treinando nas primeiras rodadas contra sparrings de menor ranking. Mas apenas relembrando, as partidas disputadas no All England Tennis Club nunca fizeram, não fazem e jamais farão parte de um torneio qualquer; o que acontece lá é mítico, mágico, insubstituível. O charme do saibro parisiense, o gigantismo da quadra central de Flushing Meadows ou a excentricidade do complexo de Melbourne contam muitos pontos para o ranking... mas a grama sagrada de Londres confere um status ímpar.
Buscando essa glória pela sexta vez em sua carreira, Roger Federer não levou sustos e avançou tranquilamente até as oitavas-de-final, que se iniciam nessa segunda-feira. A lenda irá reeditar a final de Roland Garros (como previsto) contra Soderling - é a quarta vez consecutiva que a final de RG se repete em Wimbledon, mas dessa vez a revanche ocorrerá nas oitavas, e não na final como nos anos anteriores. Karlovic, um possível adversário nas quartas é perigoso nesse piso, mas tudo aponta para uma semi entre Federer e Djokovic ou Haas - prováveis protagonistas da outro jogo das quartas. O sérvio não vem jogando seu melhor tênis, enquanto Haas foi protagonista da melhor partida até aqui: uma batalha de cinco sets contra o promissor croata Marin Cilic.
Do outro lado da chave, o surpreendente e chato Hewitt - que eliminou o cabeça de chave número 5 Juan Martin del Potro por 3 sets a 0 - enfrenta o clássico Stepanek, enquanto o sacador Roddick encara Berdych. Tudo leva a crer que veremos Murray na semi sendo apoiado pela torcida. O britânico enfrenta Wawrinka nas oitavas, e Ferrero ou Simon nas quartas. Resta saber se Hewitt ou Roddick tem força para parar o tenista da casa, atrás de um tabu que já dura mais de 70 anos, e uma séria ameaça para Federer em uma virtual final.
A hora das zebras já passou, e daqui para frente deve prevalecer o melhor tênis, o que aponta a tendência de um grande jogo na final, entre o maior de todos os tempos e o novo queridinho da torcida britânica. Será no mínimo intrigante ver Federer na quadra central, disputando uma final e sem o apoio da torcida, que terá toda sua atenção voltada para o escocês Andy Murray, detentor de um bom retrospecto contra o suíço e de toda a esperança dos "fanáticos" expectadores.
Roger rumo ao hexa, ou Andy à um feito histórico - quebra do tabu e primeiro Grand Slam da carreira? O tempo está prestes a dizer...




segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ahhhh.... Aninha


E pra quem acha que a exigência de uniformes todos brancos em Wimbledon é uma tradição arcaica, e bla,bla,bla,bla... aqui vai um aperitivo da brancura que irá desfilar All England Lawn Tennis and Croquet Club !! Força Aninha, meu amor!

Tapete Verde


Gramado preparado... mas não haverá chuteiras e a bola será amarelinha, não branca. Cordas, antivibradores e grip... e o melhor de tudo: roupas brancas, total e invariavelmente brancas, favorecendo a beleza das cheirosas do circuito feminino. Dois/duas atletas de cada lado da rede e que comece Wimbledon 2009, o mais charmoso e TRADICIONAL Grand Slam do circuito.
Nadal fora, descansando de suas intermináveis correrias. Talvez seja esse o destaque do torneio, porque, como escrito anteriormente, isso acaba diminuindo um pouco o brilho da possível vitória de Roger Federer. Mesmo com um retrospecto amplamente favorável ao espanhol, o que contraria minhas preferências, admito que quanto mais vezes essa partida se repetir melhor será para o esporte e seus registros históricos.
Deixando de lado as especulações e partindo para o que interessa: a chave. Roger tem um caminho tranquilo, com a chance de reeditar a final de Roland Garros contra Soderling na quarta rodada. Excluindo-se a possibilidade de algum jogador médio endurecer, a trajetória até a semi não terá sustos.
Entre as pedras no tênis do suíço, estão Djokovic, del Potro e todos aqueles sacadores: Tsonga, Roddick (eterno freguês), Cilic, Ancic, Haas (aposta de Paulo Cleto) e por aí vai. A única ameaça séria ao título é Andy Murray, um tenista que passou de um garoto inconsistente e desconcentrado para um jogador alto, de saque poderoso e com aquele velho estilo britânico saque-voleio - ideal para grama - além do apoio incondicional da fanática (isso existe no tênis?) torcida britânica, que não comemora o título de um compatriota desde Fred Perry no longínquo ano de 1936.
Pelo jeito não consegui sair das especulações, como escrito acima, mas em Grand Slams costuma prevalecer a lógica, com pouco espaços para zebras, portanto creio que meus palpites não são nem um pouco absurdos. É esperar para ver!!!

Homenagem ao Professor


Gratidão. Na minha opinião o sentimento mais bonito, cultuado apenas pelos realmente nobres. E é baseado nisso, e com muita tristeza que escrevo esse post.
As imagens deveriam ser de um rosto mal-humorado, distribuindo patadas aleatoriamente contra as perguntas cretinas dos repórteres esportivos brasileiros ou gritando com os pernas de pau que somos obrigados a assistir. Mas a imagem que eu gostaria que ficasse é a do rosto sereno de quem sabe que fez um bom trabalho, da feição tranquila de quem foi tricampeão brasileiro consecutivo, e que, se pecou, foi pelo excesso de vontade.
Não vale a pena entrar nos detalhes dessa demissão estúpida, que a meu ver vem demonstrar o quanto o futebol brasileiro ainda tem de evoluir e aprender com os exemplos dados pelos nossos colonizadores e seu modelo de sucesso baseado no respeito e na confiança.
Esse modelo não traz apenas títulos e boas campanhas, ele vai além, e permite que demonstremos esse sentimento tão raro àqueles que tanto fizeram por nós torcedores: a GRATIDÃO!
MUITO OBRIGADO MURICY, aguardamos seu retorno porque "ISSO AQUI É TRABALHO MEU FILHO!", e poucos trabalham como você.

Arco do TRIUNFO


O maior de todos os tempos


Mudanças drásticas na Fórmula 1, o melhor jogador que já vi atuar voltando ao futebol brasileiro - mesmo que tenha ficado uma mágoa pela escolha do clube, o retorno destruidor de Phelps às piscinas, Nadal vencendo o Aberto da Austrália e atravessando um momento sensacional, uma crise no SPFC depois dos 4 anos mais vitoriosos da história do clube...
Nenhum desses acontecimentos teve o poder para me motivar a voltar a escrever. Mas um fato ocorrido no dia de 7 de Junho de 2009, em Paris, e refletido nesses óculos escuros, marcou e mudou para sempre a história do esporte mundial: a afirmação e a consagração do maior tenista de todos os tempos - finalmente posso qualificá-lo dessa maneira. Depois de ver seu principal rival assumir a primeira posição do ranking mundial, depois de ter até mesmo a segunda posição ameaçada pela meteórica ascensão de Andy Murray (o novo terceiro homem, visto que Novak Djokovic, uma aposta minha, não demonstrou força para brigar com os grandes), ROGER FEDERER renasceu das cinzas para completar o Career Slam, e igualar os recordes de Pete Sampras, 14 títulos, e Ivan Lendl, com 19 finais de GS disputadas.
Não direi que foi perfeito, pois confesso aquela ponta de decepção pela ausência de Nadal do outro lado da rede na final. Mas, como venho aprendendo, na vida não se pode ter tudo, e resta a nós admiradores do maior de todos comemorarmos esse triunfo histórico. Foi feita justiça, premiando com todas essas glórias o que eu chamaria de eficiência aliada à mais pura arte: muita habilidade no saque, no forehand, no backhand, voleio então nem precisa comentar, tudo isso somado à uma força psicológica incrível. Exatamente no momento em que Rafael Nadal parecia imbatível, insuperável, o suíço tirou um coelho da cartola e escreveu seu nome na terra batida francesa. Só posso concluir que sou muito privilegiado por ter a chance de acompanhar a carreira de lendas como essa e aprender como são feitos os campeões.