segunda-feira, 21 de julho de 2008

Rogério incansável


1500 gols marcados em campeonatos nacionais. Essa foi a marca atingida pelo São Paulo nesse domingo no Cícero Pompeu de Toledo contra o Botafogo, e quem mais poderia ser o autor desse gol senão ele, o derrubador de recordes, o aniquilador de marcas, o maior ídolo da história do tricolor ROGÉRIO CENI. O camisa 1 cobrou o pênalti sofrido pelo garoto Alex Cazumba - que estreou muito bem como titular do time profissional, demonstrando muita personalidade em uma partida quase impecável - com a costumeira categoria, no ângulo e sem chances para Castillo. A partida foi duríssima para o tricolor, que sofreu o empate no chute de Carlos Alberto desviando na zaga, mas Dagoberto apareceu livre aos 43 para escorar a finalização de Jorge Wagner (líder de passes errados na partida, totalizando 7) e decretar a vitória de número 437 do São Paulo em brasileiros e a terceira seguida nessa temporada. Além do bom resultado em casa, o tricolor ainda foi auxiliado por mais uma derrota do líder Flamengo, 1 a 0 para o Vitória em pleno Maracanã, e pelos tropeços fora de casa de Cruzeiro e Palmeiras, concorrentes diretos ao título. A disputa esquentou, e o tricolor já está a três pontos do líder e a dois do vice-líder. Promete!
Na outra ponta da tabela, a briga também esquentou já que os 6 últimos colocados venceram suas partidas, com destaque para a grande virada do "Galo mais lindo do mundo" sobre o Coritiba após estar perdendo por 2 a 0 e para a primeira vitória de Cuca no Santos, mesmo com muito sofrimento e algumas lambanças da arbitragem.
O campeonato vai ficando dramático e a chegada dos Jogos Olímpicos irá desfalcar algumas equipes. Com um terço da competição já disputada, a tabela vai ganhando seus contornos, e os times que pretendem brigar pelo título não podem tropeçar: que vença o melhor, visto que isso geralmente acontece em torneios de pontos corridos! FORÇA TRICOLOR!

Adendos: - a Ferrari não se cansa de errar, e o carro não vem correspondendo. Felipe Massa sofreu para segurá-lo na pista e nada pode fazer contra a estabilidade da Mclaren nas curvas de baixa. Destaque para a sorte de Piquetzinho, segundo colocado aproveitando o safety car na pista, e para o equilíbrio na classificação do mundial de pilotos, agora liderado por Hamilton (já vi esse filme antes!) mas ainda totalmente em aberto. Acredito em Felipe Massa, tenho que acreditar, afinal "brasileiro não desiste nunca!"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Vida nova (aqui e lá fora)


Comincia una nuova vita. É com essa manchete que o jornal italiano Gazzetta dello Sport anuncia a chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Milan, após um longo período de especulações em torno do futuro do craque, também pretendido pelo Manchester City. Mesmo com a proposta do clube inglês sendo superior aos € 21 milhões (equivalente a R$ 53,2 mi) oferecidos pelo clube italiano, a grandeza do rubro-negro falou mais alto e o craque assinou contrato até 2011 para disputar o Calcio ao lado de Kaká, Pato e CIA. Na apresentação em Milanello essa manhã, cerca de quatro mil torcedores rossoneros aguardavam a chegada do astro aos gritos de "Ronaldinho uno di noi".
Euforia de torcedores e imprensa à parte, essa transferência representa muito mais que um simples negócio entre dois grandes clubes do Velho Mundo, ela representa a possibilidade de um recomeço para um de nossos maiores craques nos últimos tempos. Dono de uma carreira meteórica, com direito a se tornar ídolo do Grêmio com apenas 17 anos, estrear na seleção principal com um golaço contra a Venezuela, "ressucitar" o Barça com dois títulos espanhóis e uma Champions, Ronaldinho já experimentou altos e baixos, mas a temporada 2007/08 foi sem dúvida a pior de sua carreira, mesmo já tendo passado por momentos ruins como sua saída litigiosa do Grêmio, suas brigas com o técnico do PSG Manuel Fernandez e o fracasso na última Copa - depois do sucesso como coadjuvante em 2002, ele não foi bem com estrela principal em 2006. O astro está afastado do time desde o início do ano e vem sofrendo duras críticas pelo seu estilo de vida boêmio, o que fez com que seu futebol ficasse irreconhecível. E esses são os motivos que tornam essa negociação especial: a chance de um recomeço, de uma mudança de ares que possa trazer de volta aquele futebol mágico, alegre e objetivo que tanto nos acostumamos a ver. Aparentemente todos ganham, o Barcelona, o Milan e principalmente a nossa seleção. Força Gaúcho!
Enquanto isso no cenário nacional, o Brasileirão pega fogo e a tabela começa a ganhar os contornos que parecem ser definitivos, haja visto que um quarto da competição já foi disputado. A campanha do Fla impressiona, e surpresas como Náutico e Vitória estão bem na classificação, mas o destaque do fim de semana sem dúvida foi a vitória do tricolor sobre o Palmeiras de Luxemburgo e Valdívia (aliás, cadê o chileno hein?). O atual bicampeão brasileiro começa a demonstrar um futebol consistente como de costume, contando com excelentes atuações de Borges - infelizmente afastado por um mês em decorrência de contusão, assim como Miranda, o melhor zagueiro do Brasil - Joílson, finalmente adaptado ao estilo de jogo e Hernanes, um verdadeiro craque que sintetiza todas as qualidades exigidas em um jogador moderno: marcação forte, físico privilegiado e uma habilidade incomum para jogadores dessa posição, favorecendo a chegada de trás. A vitória no clássico dá moral à equipe e coloca de novo o São Paulo na briga pelo hexa. Que continue assim, até o fim!
Vida simples, pensamento elevado, FÉRIAS e força Tricolor!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ah, que domingo hein!


Diferença no ranking de entradas da ATP caindo para 545 pontos, fim da série de 65 vitórias consecutivas na grama - 41 em Wimbledon - quebra dos recordes de Manolo Santana (vitória de um espanhol na grama) e Bjorn Borg (RG e Wimbledon na mesma temporada), e o mais importante, uma vantagem psicológica que pode até ameaçar a carreira do atual número 1 do mundo. Tudo isso esteve em quadra esse domingo no All England durante as quatro horas e quarenta e oito minutos de partida, com direito a duas interrupções devido ao mau tempo. Nadal dessa vez foi superior, 3 sets a 2 com parciais de 6/4, 6/4, 6/7(5/7), 6/7 (8/10) e 9/7. Merecida vitória, pela evolução apresentada - que agora o credencia ao hall dos melhores de todos os tempos - e pela partida, praticamente impecável, a não ser pelos match points desperdiçados, ou salvos por Roger Federer. O suíço esteve bem, mostrou recuperação e desfilou sua categoria como de costume, com golpes profundos e voleios firmes, mas faltou agressividade nos dois primeiros sets, vencidos pelo fenômeno espanhol. A chuva chegou, e o vestiário fez bem a Roger, que empatou a partida mas não teve forças para superar Nadal no set decisivo. O espanhol esteve indestrutível essas duas semanas, e sua confiança parece ser inabalável, mesmo nos momentos mais difíceis: ele joga todas as suas partidas contra Federer, desde a primeira rodada ele visualiza o suíço do outro lado da rede, e isso o fortalece cada vez mais em sua cruzada para atingir o topo. Parabéns ao espanhol, que agora vai viver seu pesadelo na temporada de quadras duras. Ou não. Para Roger, o consolo de manter a posição de número 1 por mais algum tempo e de atingir o segundo posto na Corrida, ultrapassando Djokovic, mas fico temeroso com o futuro da sua carreira; a motivação de Federer não vem sendo mais a mesma, e ser derrotado em seu piso preferido, por seu maior rival - o "pior adversário possível" segundo o suíço - pode causar um bloqueio psicológico similar ao que encerrou a carreira de Borg, que não vencia John McEnroe e pendurou a raquete precocemente aos 25 anos. A frustração de Federer pode se mostrar maior que seu poder de reação, e a lenda pode não ser mais a mesma. O US Open dirá. Força Roger!
Ainda na Inglaterra, mas agora em Silverstone, muita chuva e Rubinho, isso mesmo, Rubinho, ele mesmo, Barrichelo, montado em uma Honda voltando ao pódio depois de três anos de jejum e com direito a fatídica sambadinha. Hamilton venceu em casa com um minuto de vantagem sobre Heidfeld, e com direito a pasteladas de Massa e Raikkonen, que na chuva e sem controle de tração, tiveram sérias dificuldades de se manter na pista, assim como vários outros pilotos. Me fez lembrar o saudoso desenho animado Corrida Maluca, e embolou o campeonato: três pilotos lideram - os dois da Ferrari e Hamilton - com 48 pontos e Kubica segue de perto com 46. Ainda vou acreditar em Massa, com chances.
Para completar o domingo bizarro, o tricolor empata em casa com o vice lanterna, dois jogadores discutem em campo e a liderança vai ficando longe. Abre o olho!
Vida simples, pensamento elevado e que as coisas voltem aos seus lugares!

sábado, 5 de julho de 2008

Divisor de águas


Domingo, seis de julho de 2008. É chegada a tão esperada final masculina do GS mais charmoso e tradicional do circuito - cuja campeã no simples feminino foi a penta Venus, derrotando a irmã Serena na final e garantindo o título de duplas ao lado da mesma - e ela não poderia estar mais a altura do torneio: os dois líderes absolutos do ranking se enfrentarão em mais um jogo épico, do porte de McEnroe versus Borg ou de Sampras versus Agassi. Do mesmo modo como esses jogos se tornaram marcos do tênis, a partida entre Roger Federer e Rafael Nadal nesse domingo no All England Club promete assegurar lugar na história, e não só pelo resultado, que pode representar o hexa da lenda Federer, além da quebra do recorde de 41 vitórias consecutivas na grama pertencente a Bjorn Borg, ou o primeiro título de Slam em quadras rápidas de Nadal, que nesse caso também quebraria outra marca do sueco, último a vencer RG e Wimbledon na mesma temporada.
Mas a partida da próxima manhã representa muito mais que apenas mais um título ou mais recorde para qualquer um dos monstros do tênis atual; ela representa os possíveis rumos do ranking daqui pra frente. O Miura Nadal mostra um crescimento acima da média, com uma evolução vista em poucos jogadores ao longo do tempo: sua força, mental e física, sofreu um aumento absurdo em pouco mais de um ano, e o espanhol vive a melhor fase da carreira até aqui, com vitórias expressivas confirmando seu favoritismo no saibro além do título de Queen's há duas semanas - sua última derrota foi no Masters de Roma. O desenvolvimento no seu estilo é nítido, com um saque potente, um forehand poderoso e um vigor ímpar, mas ainda falta algo para o prodígio se consolidar entre os melhores da história: um título importante em quadra rápida, que parece estar mais perto agora. Como diria Dácio Campos, se para vencer um game contra o espanhol deve-se fazer um esforço hercúleo, imagine para derrotá-lo em uma partida de cinco sets.
Essa é a principal preocupação da lenda suíça Roger Federer, cujo retrospecto contra Nadal não é nada animador. Não podemos ignorar os números incríveis do líder do ranking, absoluto desde 2004 e com um retrospecto invejável na grama, mas pela primeira vez Roger vê uma séria ameaça ao seu posto de número 1. Mesmo mantendo a posição no ranking após o torneio - nem mesmo uma vitória do espanhol tira dele a liderança - Federer precisa da vitória amanhã para dar continuidade ao seu reinado: uma derrota para seu principal rival, no piso e no torneio preferidos pela lenda, certamente abalaria sua confiança, não muito em alta na atual temporada. A vitória de Nadal amanhã provaria sua superioridade mental sobre o freguês, dotado de uma técnica infinitamente superior à do espanhol, que poderia chegar a um nível de confiança ainda maior que o atual, o que complicaria bastante a vida "fácil" de Roger até então.
Mais uma vez a técnica pura contra a força quase pura, e que vença o melhor, mesmo o melhor já sendo Roger Federer.

Adendo:
- sensacional a entrevista de Pete Sampras concedida ao jornalista André Kfouri, disponibilizada no blog do entrevistador. Realmente, o americano é o maior de todos!