sexta-feira, 20 de junho de 2008

Por um futebol melhor

Acabou a primeira fase, e dois jogos das quartas já foram realizados, mas o motivo desse post não é apenas comentar resultados - como tem sido dito por alguns aprendizes rebeldes. Escrevo aqui em agradecimento aos jogadores e seus treinadores no decorrer dessa Euro 2008, que apresenta o melhor nível de futebol visto nos últimos anos. Estou tendo o privilégio de assistir pela televisão um futebol vistoso, bem jogado, um bom toque de bola, e o mais importante, ofensivo. Claro que não é aquela magia de um Pelé ou um Garrincha driblando, nem do carrossel holandês de 74 tocando a bola, visto que o fuebol moderno não permite muitas firulas, mas mesmo com a disciplina tática e o vigor físico da atualidade, é louvável como as equipes estão encarando esse torneio. A velocidade do sensacional time da Holanda, com seus meias infernais e seu treinador craque, o surpreendente toque de bola da Rússia, isso mesmo a Rússia, treinada pelo mágico Guus Hiddink e tendo como base o atual campeão da UEFA Zenith, a versatilidade do time croata também muito bem dirigido por Slaven Bilic, que tem seu grupo nas mãos. Sem contar a Fúria, que passou recentemente por um processo de renovação e vem colhendo os frutos de uma boa safra com Fabregas, Fernando Torres, Sergio Ramos e por aí adiante, além de nossos irmãos lusos, treinados pelo maioral e contando com a habilidade de jogadores como C.Ronaldo, Quaresma e Deco. A Alemanha não fica atrás, e apesar de seu jogo burocrático mas sempre favorito, tem em seu elenco um Ballack muito inspirado, jogando fino e conduzindo os germânicos até a semi-final por enquanto.
Verdade que equipes tradicionais decepcionaram, como a atual campeã do mundo Itália, apostando na sua defesa e no seu forte sistema tático para compensar o mau futebol apresentado até aqui e se classificar para as quartas e a França, eliminada exatamente pela Azzura ainda na primeira fase, sentindo a ausência do maestro, e, como a seleção brasileira, atravessando um turbulento período de renovação do elenco. Contudo, os azuis conseguiram mostrar um futebol contundente em suas partidas, até mesmo na derrota por 4 a 1 para os holandeses (melhor jogo até aqui), tendo em Frank Ribery sua maior esperança para o futuro.
Independentemente do campeão, estarei satisfeito ao término do campeonato porque esse torneio me fez voltar a acreditar no futebol. Depois de uma das piores Copas de todos os tempos, depois da Era Dunga - em campo e fora dele também, infelizmente - finalmente uma luz no fim do túnel, uma esperança de que o físico nunca supere o técnico, mesmo esta parecendo uma tendência irreversível. Espero que sirva de modelo, para que, daqui em diante, soframos menos ao assistir uma partida, e a bola seja menos maltratada.
Vida simples, pensamento elevado, e time no ataque!

Adendos:
- como sugerido pelo Macaco Simão, tentei torcer a favor do Brasil e contra o Dunga, e pelo visto deu certo: não fomos derotados pelos hermanos, e o brincalhão do "técnico" continua ameaçado. Quanto ao jogo, sem comentários... foi de dar sono mais uma vez.

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